comunidades planejadas

A cada ano aumenta a quantidade de comunidades planejadas no Brasil. O ponto de encontro anual de seus desenvolvedores é o Complan, seminário realizado pela ADIT Brasil

Quebrando os tabus do desenvolvimento urbano. Com esse tema, foi iniciada a programação técnica da 10ª edição do maior seminário sobre Comunidades Planejadas, Loteamentos e Desenvolvimento Urbano do país, o COMPLAN. O evento reuniu empresários incorporadores e desenvolvedores urbanos e executivos do setor nos dias 4 e 6 de março no Hotel Novotel Itu Golf & Resort, em Itu (SP). Em formato híbrido, ou seja, presencial e on-line, o evento contou com participantes de 17 unidades da federação, de cinco regiões do país.

O COMPLAN é um dos principais eventos da ADIT Brasil – Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico, fundada há 15 anos. “Foi uma surpresa para nós. Todos os ingressos disponíveis foram vendidos. Conseguimos, mais uma vez, atingir o nosso objetivo, a nossa missão, de difundir o bom urbanismo para empresários, empreendedores, executivos e prestadores de serviço de todo o país”, destaca Felipe Cavalcante, diretor da Matx Academy, coordenador do evento. Felipe Cavalcante é presidente de honra da ADIT e também coordenador do Movimento Somos Cidade.

“A 10ª edição do COMPLAN superou todas as expectativas, seja pela qualidade dos temas abordados nos painéis bem como dos painelistas e dos mediadores, além de ter promovido network entre os participantes e a intensa troca de experiências. Valeu muito ter participado”, comenta o empresário Sérgio Villas Bôas, da Vitae Urbanismo, vice-presidente da ADIT. A oportunidade de troca de experiências entre os desenvolvedores de bairros planejados do Brasil proporcionada pelo seminário é também valorizada pelo empresário Fabiano de Marco, da Idealiza Urbanismo e Verticais (RS). “Essa é a maior riqueza do COMPLAN: a possibilidade de, de forma concentrada, ouvir todos esses players e conhecê-los e trocar ideias pessoalmente, nos intervalos, nos happy hours, nos coffee breaks. Isso sempre me chamou a atenção, desde quando participei pela primeira vez, em 2013, e venho repetindo isso desde aquela época, pois acho cada vez mais importante esse momento”, reforça.

A diversidade de empreendimentos apresentados no seminário é igualmente destacada por Fabiano de Marco, considerando a quantidade de projetos de bairros planejados que compartilham os princípios que foram fomentados nas últimas dez edições do COMPLAN. “Começa a surgir uma relevância para o mercado das comunidades planejadas. Parece-me que, em parte, o consumidor já está dando mais valor para a forma de projetar e de desenvolver, com associação de bairro, cidade caminhável, do que em outros tempos. Questões de sustentabilidade estão sendo mais valorizadas pelos clientes e os empreendedores também estão tendo um olhar mais atento a isso. A tendência é que o COMPLAN só ganhe relevância”, avalia o empresário.

Experiência e prática

No painel de abertura, introduzindo a grande questão que norteou todos os demais painéis do evento, o debate tratou sobre “o que é necessário para construir cidades boas para as pessoas?”. O tema foi apresentado pelo economista Matheus Hector e pelo jornalista Raul Juste Lores e por Felipe Cavalcante, destacando a experiência prática em planejamento urbano.

A prática do setor foi mesmo valorizada no COMPLAN, que oportunizou aos participantes conhecerem em detalhes as experiências de quem já desenvolveu e geriu comunidades planejadas. No painel “Mãos na massa”, decisões de planejamento e desafios de gestão foram revelados pelos empresários Fabiano de Marco, da Idealiza Urbanismo e Verticais (RS), Roberto Horst, da Iron House (SP), Sérgio Villas Bôas, da Vitae Urbanismo (SP), e vice-presidente da ADIT Brasil, e Paulo Velzi, coordenador geral da Riviera de São Lourenço, empreendimento da Sobloco (SP). “A Riviera está à disposição para quem quiser vir aqui visitar, conhecer, entender como funciona e como é gerenciar uma cidade-bairro, onde você faz o gerenciamento do que não é seu, ou seja, as ruas são públicas e você tem que gerenciar os serviços executados nessas áreas”, afirma Paulo Velzi.

O COMPLAN também revelou os detalhes dos novos projetos de comunidades planejadas no Brasil, como o Urbitá (DF) e o VivaPark Porto Belo (SC). Os empreendimentos foram apresentados por seus próprios idealizadores, Ricardo Birmann, diretor-presidente da Urbanizadora Paranoazinho, e Rafael Kirchner, cofundador da Vokkan Ubanismo, respectivamente. Esse painel contou ainda com a participação de Paulo Toledo , CEO da CIA Inteligência Imobiliária.

“Nesta 10ª edição do COMPLAN já ficou claro o interesse de novas empresas por desenvolverem bairros planejados, projetos que estão na eminência de serem lançados, outros recém-lançados. Está ficando muito rica a discussão porque os depoimentos são de empreendimentos que estão em estágios diferentes, seja as dificuldades do pós-implantação plena, no caso da Riviera de São Lourenço, os primeiros anos já adensados da Cidade Pedra Branca, as entregas do Parque UNA ou a aprovação de projeto e a emissão de licença de instalação do Cidade Urbitá, a conclusão das obras do Prado, o sucesso do lançamento da Vokkan. Isso vai enriquecendo bastante o evento na medida em que os nossos participantes vão tendo sucesso com os seus projetos. Muitas pessoas que hoje têm só uma área e uma ideia na cabeça acabam sendo positivamente influenciadas”, enfatiza o empresário Fabiano de Marco.

 

Desafios de gestão

Temas relacionados à gestão das comunidades planejadas e que impactam diretamente o resultado dos empreendimentos também estiveram em pauta no COMPLAN. Como lidar com Nimbys e oponentes a empreendimentos imobiliários foi o tema do painel apresentado Felipe Cavalcante e também Irineu Guimarães, CEO da BDL Urbanismo (CE). Dentre as orientações, a importância de considerar as motivações “do outro lado” e estar preparado, com organização da comunicação, preparação da campanha, contratação de assessoria de imprensa e criação de um comitê de gestão de crise.

“Como sempre, o evento marca a tradição, a novidade, as comparações com o que está acontecendo no Brasil inteiro. Principalmente o tema dos Nimbys e os temas ligados ao novo formato das cidades, ou seja, como vai funcionar a cidade depois da pandemia, foram importantíssimos nessa edição”, acrescenta o empresário Paulo Velzi.

Arquitetura urbana, placemaking, infraestrutura sustentável, paisagismo natural, acesso ao mercado de capitais, alternativas de funding, inteligência artificial, BIM, tecnologia e estratégias de marketing foram outros temas de destaque na programação da 10ª edição do COMPLAN. O encerramento foi marcado pelo painel “Urbanismo de mercado e o papel do setor privado e das leis de mercado no desenvolvimento das cidades” contou com a participação do empresário Ricardo Birmann, diretor-presidente da Urbanizadora Paranoazinho, que está promovendo uma transformação em Brasília (DF) e de Geanluca Lorenzon, Secretário de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia. “Geanluca esteve à frente da Lei de Liberdade Econômica e de varias iniciativas do Governo Federal visando melhorar o ambiente de negócios no Brasil e também a vida das empresas. E várias dessas ações têm impacto no mercado imobiliário e no desenvolvimento urbano”, pontua Felipe Cavalcante.

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