O Funding tem crescido nos últimos anos, aumentando a capacidade das empresas e a oferta de lotes urbanizados em todo o Brasil.
O crescimento e o amadurecimento do setor imobiliário no país têm atraído a atenção do mercado financeiro. Instituições interessadas no potencial de expansão do setor, impulsionado também pela redução das taxas de juros, estão oferecendo cada vez mais opções para o financiamento de projetos de desenvolvimento urbano. O desafio passa a ser desmitificar o processo e aproximar empreendedores e investidores.
“Apesar dos empreendedores terem evoluído muito em governança nas últimas décadas e que alguns deles estão tendo mais contato com mercado financeiro, ainda são poucos os que conhecem as alternativas de funding disponíveis”, afirma Felipe Cavalcante, coordenador do Movimento Somos Cidade. A “ponte” entre os dois universos vem sendo construída por ele há 15 anos, de forma institucional, no âmbito da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT), da qual é fundador e presidente de honra. Desde o ano passado, Felipe tem promovido o “encontro esses dois mundos” de maneira profissional, como CEO da Matx Academy, empresa especializada na originação, estruturação e captação de recursos para empreendimentos imobiliários.
“Para desenvolvimento urbano, loteamentos, existe o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) a securitização, a antecipação de recebíveis. Existe pouca opção de Equity, ou seja, de empresas e investidores que entram no risco do negócio”, explica Felipe. Porém, segundo ele, a boa notícia é que, em função da queda da taxa de juros, está começando a surgir uma série de alternativas “com muita criatividade”. “São fundos desenvolvendo novos produtos para o setor imobiliário como um todo e também específicos para o setor de loteamentos”, revela.
Benefícios para o empreendedor
Dentre aqueles que vêm financiando obras de loteamento ou antecipando carteiras de empreendimentos já performados está a Habitat Capital Partners, gestora independente focada em fundos imobiliários com sede em São Paulo (SP). Para Camila Almeida, sócia-fundadora da Habitat, os benefícios para o empreendedor são muito claros.
“No caso de financiamento para obras, resolvemos o descasamento de fluxo de caixa do empreendedor, pois ele vende os lotes financiando-os aos compradores em 10, 12 anos e precisa entregar a obra em 2 ou 4 anos”, explica. Como o fluxo de parcelas mensais muitas vezes não é suficiente para avançar com as obras, conforme cronograma, o empreendedor teria que investir mais capital próprio. “No caso de antecipação de carteiras de empreendimentos já entregues, liberamos capital para o empreendedor fazer novos projetos, o que é especialmente vantajoso em momentos como o atual, quando vemos muito crescimento no setor”, acrescenta. Apesar de não estabelecer pré-requisitos, Camila informa que a empresa costuma entrar em projetos após o lançamento e que prefere atuar em municípios com grande crescimento populacional, o que gera demanda por moradia.
Felipe Cavalcante reforça que a grande dificuldade do setor é a inexistência de funding para a construção de empreendimentos, assim como os existentes para as incorporações residenciais, as quais o Sistema Bancário financia a obra e o cliente. “Já existem opções para financiar obras de loteamentos, pela securitização, antecipação de recebíveis, que aloca um recurso para construção, mas o grande gargalo para o setor é que não há funding para o financiamento do cliente final”, afirma.
As poucas iniciativas que surgem como soluções para o setor são de instituições financeiras de menor porte. “Eles estão dispostos a entender um pouco desse setor e a encarar isso para, caso dê certo, ter um novo produto no mercado. O mercado é muito grande e eles se interessam por isso”, considera.
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