Conheça os vencedores do Prêmio Somos Cidade de Educação urbanística!

Realizada pelo Movimento Somos Cidade, a distinção reconhece o trabalho de diferentes profissionais que atuam na produção de conteúdo sobre as melhores práticas do urbanismo. Divulgados em evento online na quarta-feira (23/11), os três primeiros colocados dividiram um prêmio de R$ 15 mil.

Difundir o conhecimento sobre as melhores práticas do urbanismo voltado para as pessoas e reconhecer quem produz esses conteúdos foram os principais objetivos do Prêmio Somos Cidade de Educação Urbanística, que revelou nessa quarta-feira (23/11) os três vencedores da sua primeira edição.

A apresentação ocorreu durante live que teve também a participação do arquiteto e urbanista Maurício Pereira, que falou sobre como Copenhagen se transformou em uma cidade referência no mundo quando se fala em urbanismo de qualidade e de como Jan Gehl está difundindo pelo mundo o conceito de cidades.

O evento contou com a participação dos membros da comissão organizadora do Prêmio Somos Cidade, Felipe Cavalcante, Renê Rocha e Águeda Muniz, que explicaram os objetivos e conceitos por trás do Movimento Somos Cidade e como foi a experiência na organização da primeira edição do Prêmio.

Dentre os mais de 90 trabalhos inscritos, os vencedores da primeira edição do Prêmio Somos Cidade foram o advogado e fundador do perfil nas redes sociais São Paulo YIMBY (do inglês, Sim no Meu Jardim), Guilherme Barros Clemente Pereira, o arquiteto, urbanista e idealizador da plataforma sobre urbanismo Caos Planejado, Anthony de Barros Ling, e o coordenador do Núcleo Cidade e Regulação do laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper e colaborador da coluna “Questões Urbanas” da edição online da revista Piauí, Victor Carvalho Pinto. Cada um deles receberá um certificado e o valor R$ 5 mil (cinco mil reais).

O júri, formado por integrantes do Somos Cidade, analisou critérios como: ineditismo dos assuntos abordados, repercussão e alcance do conteúdo, clareza na linguagem e capacidade de comunicar conceitos técnicos de urbanismo para a população em geral. Além disso, foi avaliada a possibilidade de replicar as soluções ou intervenções retratadas e a densidade do material divulgado, seja por meios virtuais ou impressos.

“Nossa jornada é para a difusão do melhor do urbanismo mundial no Brasil. Nosso foco é fazer com que a gente volte a construir localidades com mais qualidade de vida para as pessoas e menos foco no conforto dos automóveis. Acho que o prêmio vai nessa direção, de reconhecer quem mais contribuiu para a disseminação do bom urbanismo no País”, assinala o coordenador do Somos Cidade, empresário e fundador e presidente de honra da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit), Felipe Cavalcante.

Conheça mais sobre a trajetória e o trabalho dos vencedores da distinção, que teve 15 finalistas.

Guilherme Barros Clemente Pereira

Entusiasta das cidades, o advogado criou o movimento São Paulo YIMBY e o perfil (@spyimby) no Instagram e no Twitter para tratar das polêmicas que envolvem os grupos de NIMBYs (do inglês, Não no Meu Jardim) e YIMBYs – formados, respectivamente, por cidadãos contrários e favoráveis às transformações urbanas – e para discutir os caminhos possíveis para o crescimento da capital paulista, aprofundando-se nas visões apoiadas por cada umas dessas iniciativas. Em dois anos, os perfis nas redes sociais alcançaram a marca de 8,2 mil seguidores, abrangendo um público diversificado, resultado, conforme aponta Pereira, da amplitude dos temas urbanos divulgados.
Surgido nos Estados Unidos, dentro do contexto da escassez e encarecimento da moradia e da influência de grupos de residentes contra a construção de empreendimentos em suas comunidades, o YIMBY ultrapassou a fronteira daquele país e ganhou novos adeptos em inúmeros países, incluindo o Brasil. Em São Paulo, explica o advogado, o movimento atua em quatro eixos: edificações, mobilidade, espaços públicos e ações entre as iniciativas pública e privada. Nessas esferas, são tratados assuntos como zoneamento, complexos de uso misto e com fachada ativa, densificação, qualificação do transporte coletivo e da mobilidade ativa (caminhar e pedalar), vitalidade dos ambientes públicos, entre outros. “Buscamos evidenciar os debates correntes na capital do estado, trazendo exemplos reais e em linguagem acessível para facilitar a compreensão de todos”, salienta.

Anthony de Barros Ling

Uma das principais referências no Brasil na produção de conteúdo e no fortalecimento de uma comunidade engajada no fomento de cidades mais humanas, a plataforma Caos Planejado ([https://caosplanejado.com/](https://caosplanejado.com/)) foi fundada pelo arquiteto e urbanista, em 2014, com o objetivo de estimular as discussões sobre o urbanismo dos municípios brasileiros, de forma gratuita e acessível. Projeto sem fins lucrativos, o canal de informações reúne artigos, reportagens e materiais divulgados nas mídias sociais. Além disso, conta com um podcast que leva o mesmo nome e é apresentado por Ling.
“Ao longo de mais de oito anos, recebemos nomes significativos do planejamento urbano nacional e internacional, através de nossos artigos e episódios de podcast, ajudando a promover localidades mais acessíveis, humanas, diversas e dinâmicas”, detalha o arquiteto, que é editor da plataforma e diretor da empresa Évora. O Caos Planejado está presente ainda nas redes sociais, como no Twitter, onde tem mais de 11,2 mil seguidores, e no Instagram, que soma 19,9 mil seguidores e mais de 1 mil postagens.

Victor Carvalho Pinto

Colaborador da coluna “Questões Urbanas” da edição online da revista Piauí ([https://piaui.folha.uol.com.br/colaborador/victor-carvalho-pinto](https://piaui.folha.uol.com.br/colaborador/victor-carvalho-pinto)), o doutor em Direito Econômico e Financeiro pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Núcleo Cidade e Regulação do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper tem contribuído para sensibilizar o público em geral sobre a importância de assuntos relacionados aos municípios. Em seus artigos, Pinto trata de aspectos legislativos e regulatórios do desenvolvimento urbano.
Segundo ele, a revista Piauí tem conseguido através da coluna retratar as questões das cidades, superando a abordagem tradicional dos noticiários da grande mídia que, em geral, limitam-se a mostrar problemas localizados em determinados bairros e cobrar providências das autoridades. Em seus textos, o coordenador escreve sobre temas regulatórios complexos e apresenta sugestões para as dificuldades enfrentadas pelas áreas urbanas. “Sempre procurando a simplificação da legislação e o bom funcionamento do mercado”, ressalta Pinto, que é também consultor do Senado Federal no segmento de Desenvolvimento Urbano.

Movimento Somos Cidade

O grupo, formado por pessoas apaixonadas por transformar os municípios e a vida dos seus moradores, surgiu em 2020 a partir da necessidade de alguns dos maiores desenvolvedores urbanos do País de terem um espaço para trocar experiências e debater as melhores práticas adotadas em empreendimentos e lugares que têm os indivíduos como prioridade e que buscam a criação de espaços dinâmicos e vibrantes. O retorno positivo da iniciativa levou os seus participantes a decidirem compartilhar sua visão e aprendizados com outros atores do planejamento urbano nacional e com a sociedade em geral – ampliando o conhecimento e a conscientização sobre a importância desse assunto para todos.

Por meio do portal Somos Cidade ([https://somoscidade.com.br/](https://somoscidade.com.br/)), as principais questões relacionadas ao futuro das localidades, desenho urbano, caminhos para a mobilidade, leis de uso do solo, densidade das construções e o que vem sendo feito de mais atual nesses segmentos em outras regiões do mundo são aprofundados através de matérias próprias, do podcast do movimento e de uma curadoria de conteúdo focada nesse universo. Além de discutir esses assuntos, os integrantes do Somos Cidade saem do campo das ideias e aplicam as melhores técnicas urbanísticas em seus projetos.