Manifesto

Somos pessoas.

Mas também somos as calçadas, os postes, as lâmpadas acesas e as queimadas.

Somos a velhinha de bengala que atravessa a faixa e o office boy apressado.

Somos a conversa na esquina e a vitrine que grita as ofertas. Somos o bar que baixa

a grade e a padaria que abre. Somos os vizinhos que se cuidam e os que brigam por cima do muro.

Somos a estátua pichada na praça e o beijo dos namorados.

Somos o skate, os patinetes, os patins e as bicicletas. Somos os cachorros vira-latas.

Somos também os seus donos. Somos os ambulantes, os executivos e os atendentes.

Somos o vai e vem frenético na calçada. Somos o almoço ao meio-dia, às 13 e às 14h.

Somos também os que não almoçam.

Somos as ruas que nos levam e trazem todos os dias. Somos o asfalto, o paralelepípedo e o meio-fio.

Somos a pausa do semáforo fechado e o estresse das buzinas do verde.

Somos o xingamento. Somos a gentileza.

Somos o produto das cidades em que vivemos,

mas também temos o poder de mudá-las, criando um círculo virtuoso.

Vamos construir cidades diferentes, que garantam nossa saúde mental e física,

que propiciem bem-estar e, com ele, nossa capacidade de interagir e colaborar

uns com os outros, levando a um ambiente democrático, com crescimento pessoal

e econômico. Não somos ainda o que queremos ser, mas podemos ser os criadores

do nosso futuro.

A cidade somos nós.

E nós somos a cidade